O QUE SÃO AS ESCARPAS?

Escarpas são elevações, que geralmente formam um degrau topográfico que, no contexto geomorfológico, separa diferentes províncias. No caso da Escarpa Devoniana, separa o Primeiro do Segundo Planalto Paranaense e, no contexto geológico, marca o limite leste da Bacia Sedimentar do Paraná. 
A Escarpa Devoniana possui em alguns pontos desníveis de até 300 metros e apresenta altitudes normalmente em torno de 1.100 - 1.200 metros, ao longo de  260 quilômetros entre os estados do Paraná e São Paulo (SOUZA e SOUZA, 2002). Sua origem se deve à intensa e prolongada ação de processos de erosão diferencial e alternâncias climáticas, sendo sua evolução associada a fenômenos do interior do Planeta (geodinâmicos endógenos), iniciados com a ruptura do grande continente Gondwana (SOUZA e SOUZA, 2002) e o desenvolvimento do Arco de Ponta Grossa (uma grande elevação na litosfera, que “ergueu” toda a região dos Campos Gerais).

POR QUE ESCARPA DEVONIANA?

O termo "Devoniana" refere-se à idade das rochas que sustentam essa estrutura de relevo (os arenitos da Formação Furnas), que datam principalmente do período geológico Devoniano (400 a 420 milhões de anos). A escarpa, por sua vez, é mais recente, iniciando-se no Mesozoico, tendo sua fase principal de esculturação ao longo do Cenozoico, a mais recente das eras geológicas (de 66 milhões de anos até os dias atuais) (MELO et al., 2007).
 

APA DA ESCARPA DEVONIANA

Visando proteger o patrimônio natural e cultural da região dos Campos Gerais do Paraná, foram criadas várias unidades de conservação, e dentre elas está a Área de Proteção Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana. Foi criada em 1992 e possui 392.363,38 hectares (o que representa cerca de 390 mil campos de futebol!) distribuídos em 12 municípios. 

As peculiaridades da geodiversidade desta área (com presença de escarpas, cachoeiras, cavernas) e presença de duas fitofisionomias pertencentes ao Bioma Mata Atlântica, a Floresta Ombrófila Mista (ou Floresta com Araucárias) e os Campos Nativos (secos e brejosos) justificaram a necessidade de criação de áreas protegidas nesta região.
 

Texto de Jasmine Cardozo Moreira.